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MECÂNICA PARA O ENSINO MÉDIO
Roteiro para Professores
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Tendo em vista o maior objetivo desta disciplina, a elaboração
conjunta de uma proposta de ensino de física para o Ensino Médio
(EM), que leve em conta o uso de experimentação acoplada
com dinâmicas de grupo, as concepções expontâneas
e o cotidiano dos alunos, este texto traz a proposta do professor
desta disciplina para o começo do ensino de mecânica, ou seja,
as primeiras aulas de física no EM.
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Sugiro que anteriormente a esta aula, o professor faça com seus
alunos do EM, a montagem do programa da disciplina usando o esquema
mostrado na seção "Mecânica: abertura e plano de curso"
(livro Física 1, GREF, veja referência na página da
Aula de Abertura).
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As idéias para esta proposta vêm principalmente daquelas já
geradas no trabalho do Grupo de Reelaboração do Ensino de
Física (GREF/IF/USP) e do Laboratório de Pesquisa em Ensino
de Física (LaPEF/FE/USP) para o ensino de física no Ensino
Fundamental. Assim, o formato final da proposta tenta acertar todas as
questões que se apresentam para um ensino eficaz de física
no Ensino Médio.
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Antes de se fazer uma crítica arrasadora a esta proposta, leve em
consideração a resposta à seguinte pergunta: esta
proposta é melhor do que aquilo que normalmente se faz em sala de
aula hoje no Ensino Médio? Se a resposta for positiva, por favor
me deixe saber o que ela contém de ruim ou que pode ser melhorado.
Se a resposta for negativa, por favor guarde a crítica para você.
Nada me convencerá que esta proposta é pior do que aquilo
que se faz normalmente hoje.
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Sobre o referencial teórico desta proposta: não creio que
seja fundamental adotar a priori uma determinada linha de pensamento para
se propôr uma metodologia que funcione bem em sala de aula. Acho
até que certamente sem saber estou usando conceitos solidamente
estabelecidos por pesquisadores da área, de hoje e de ontem e diversas
linhas de pensamento. Mesmo assim, se você descobrir qual é
o refencial teórico usado aqui, por favor me avise: eu vou gostar
de saber.
SEQÜÊNCIA DOS PROCEDIMENTOS
NAS AULAS
DEDICADAS AO TÓPICO
CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO1
Como na aula anterior já foi feito o Plano
de Curso e portanto os alunos já sabem que vão estudar mecânica,
o professor abre este tópico simplesmente anunciando um experimento
que será realizado em grupos pelos alunos.
Experimento "Choques entre bolinhas"5
Questão-Tema:
Há algo que se transfere em colisões
entre objetos?
Material:
- Dois pares de bolinas: duas de gude (de vidro) e outras duas de metal
(eu consegui em oficina de caminhão algumas esferas contidas em
rolamentos grandes);2
- duas réguas (as maiores possíveis) ou duas ripas de
madeira ou várias réguas pequenas;
- fita adesiva.
Procedimento:
Com as réguas e fita adesiva, monta-se uma
pista em forma de canal para assegurar o tráfego linear das bolinhas;
neste canal ocorrerão os choques.
Atividades propostas:
Trata-se sempre do choque entre duas bolinhas. Uma
inicialmente em movimento e a outra parada. Observe e compare as velocidades
das bolinhas, antes e depois dos choques, nos casos descritos abaixo. Repita
sempre várias vezes cada atividade, variando as coisas: velocidade
dada à bolinha que provoca o choque e o que mais for possível.
Anote as suas observações para relatar posteriormente.
Siga a seguinte sugestão abaixo, considerando que BM = bolinha de
metal e BV = bolinha de vidro:
Fase |
em movimento |
parada |
I |
BM |
BM |
II |
BV |
BV |
III |
BM |
BV |
IV |
BV |
BM |
Coleta das várias situações observadas
pelos grupos
O professor anota no quadro todas as diferentes
situações observadas nas quatro fases. Faz isto preferencialmente
usando desenhos com flechas de diferentes tamanhos para registrar os movimentos
observados antes e depois dos choques. Nas aulas que ministramos usando
desta técnica, surgiram as observações registradas
na tabela abaixo, usando a seguinte convenção: bolinha com
movimento antes do choque representada por traços simples; a que
estava parada antes do choque é representada por traços duplos.
As observações foram listadas de acordo com o que os grupos
foram relatando. Na aula, com a ajuda dos alunos que relatavam as observações,
tentamos fazer com que o comprimento das flechas fosse compatível
com a velocidade observada da bolinha. Neste texto, o comprimento pode
ser aferido pelo número de traços.
Obs. |
Bolinhas
|
Antes
|
Depois
|
1 |
BM -> BM |
----------> |
==========> |
2 |
BM -> BM |
----------> |
-->========> |
3 |
BM -> BM |
----------> |
<--==========> |
4 |
BV -> BV |
----------> |
==========> |
5 |
BV -> BV |
----------> |
-->========> |
6 |
BM -> BV |
----------> |
===================> |
7 |
BM -> BV |
----------> |
--->============> |
8 |
BM -> BV |
----------> |
----->==========> |
9 |
BM -> BV |
----------> |
-------->========> |
10 |
BV -> BM |
----------> |
<---------====> |
11 |
BV -> BM |
----------> |
=====> |
Teorização
Se dá na forma de diálogo do professor
com os alunos, a partir das observações da experimentação.6
O professor pergunta: "O que é este "algo"
que se transfere nas colisões?". A discussão irá convergir,
de modo a ficar claro que o "algo" que é transferido nas colisões
é o movimento, pois a transmissão de velocidade durante o
choque é bastante clara. A este "algo" dá-se o nome de "Quantidade
de Movimento" cujo símbolo passa a ser QM.
Esta QM das bolinhas exibe algum tipo de dependência?
Ou melhor, quais os fatores ou propriedades que fazem a bolinha ter mais
ou menos QM? O diálogo com os alunos mostra rapidamente a dependência
com a velocidade e a massa (muitas vezes chamada de peso). Esta foi a fase
do "QUAIS OS FATORES".
Agora vem a fase do "COMO OS FATORES INFLUENCIAM".
À discussão iniciada com a pergunta "Como
a velocidade da bolinha que colocamos em movimento influencia na QM?" segue-se
a conclusão que QM ~ velocidade (pois mais velocidade implica em
mais QM).3
À discussão iniciada com a pergunta
"Como a massa da bolinha que colocamos em movimento influencia na QM?"
segue-se a conclusão que QM ~ massa (pois maior massa da bolinha
inicialmente em movimento transmite mais QM para a bolinha que estava
parada).
O professor agora volta um pouco e, instigando fortemente
os alunos, procura por mais fatores que possam influenciar a QM e que possam
ter sido esquecidos pelos alunos. Os fatores enunciados até este
momento já foram solidamente discutidos e não saem mais do
rol. Então podem surgir diversas outras coisas, como o tipo de régua
usada, a superfície sobre a qual foi feito o experimento, etc. E
os alunos de fato observaram estes efeitos. Cabe ao professor mostrar que
estes efeitos não são universais, ou seja, não são
observações de todos e são coisas que podem ser eliminadas
por rearranjos no material, procedimento, etc. Na minha experiência,
deve-se de fato escolher um destes outros fatores e mostrar que ele pode
ser eliminado, realizando novamente o experimento. No fim, restam a massa
e a velocidade. Um aviso: não se espante com a capacidade dos alunos
de enxergar coisas que você, que já tem uma meta em mente,
nunca sequer imaginou que poderia ser observado.
E assim termina a busca por fatores que influenciam
a QM.
Procura-se agora por uma expressão matemática
para QM que possa expressar a sua quantificação.7
Ou seja: quanto vale a QM de um dado objeto?
Mas qual a finalidade desta matematização?
Ora, esta possibilidade de criação de uma expressão
matemática para expressar uma observação é
uma diferença significativa da Física em relação
a outras ciências e que lhe confere um poderoso atributo: o de poder
prever o comportamento de sistemas sob o efeito de fenômenos ainda
não acontecidos. Isto não é pouco, como bem sabemos
ao olhar para o nosso mundo hoje.
O professor inicia a discussao sem muitos rodeios
e sugere a expressão: QM = m.v .8
Há detalhes normalmente desprezados pelo
professor de física que acho que valem a pena investir um tempo
de aula. Neste caso é o sinal de igualdade na expressão QM
= m.v . Como trata-se supostamente do início do curso de física
de todos os alunos, o professor deve deixar claro que esta expressão
matemática (coisa que vale para todas as demais expressões
matemáticas que surgirão no aprendizado de física
no Ensino Médio) é equivalente a uma frase que, coincidentemente
ou não, pode ser manipulada como uma equação algébrica.
Temos, ao meu ver, três fases distintas:
-
Frase composta de palavras (a QM é quantificada como o produto da
massa pela velocidade);
-
A frase composta de palavras é transformada em outra frase só
de símbolos conhecidos (QM = m.v);
-
Esta frase de símbolos conhecidos, QM = m.v, pode ser usada como
uma expressão matemática, manipulável algébricamente
tal como os alunos já sabem fazer.
Agora, voltando à expressão QM = m.v,
será esta expressão uma verdade?
Esta expressão parece ser no mínimo
adequada, pois quanto maiores a massa e a velocidade, maior será
QM. Outras formas não servem, pois não expressam
esta observação retirada do experimento. Por exemplo: m-v,
v-m, m/v,v/m4; todas elas implicam em uma forma de relação
contrária aos fatos observados e que o professor deve discutir.
Por exemplo: m-v não serve pois como visto no experimento, os dois
fatores somam os seus efeitos. Nem tampouco serve m+v pois se m ou v forem
nulos mesmo assim poderia-se ter QM não nula.
Ainda pode-se ter QM = mx.vy
. Neste ponto o professor afirma que x=y=1, fato baseado em toda uma história
de experimentações. Finaliza-se a fase da procura pela expressão
par QM.
O próximo passo é muito importante:
agora o professor afirma, baseado nas observações dos alunos
e de todos aqueles que antes em algum momento da história da ciência
tenham estudado este assunto, que a QM de fato se transmite integralmente,
ou como se diz no jargão da Física, se conserva durante a
colisão (ou pelo menos até hoje, aparentemente se conserva).
Ou seja, a QM de antes da colisão é igual à QM de
depois da colisão: QMa = QMd . Este é
o Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento,
e como princípio, não pode ser provado. É uma crença.
Exaustivamente investigada e comprovada, mas é uma crença.
A expressão QMa = QMd
pode ser desenvolvida especificamente para o caso do experimento que fizemos,
de modo que tenhamos uma equação que envolva as duas bolinhas,
antes e depois do choque. Para saber quem é quem, vamos combinar
que a bolinha que se movimenta antes do choque é a número
1 e chama-se B1 e a que se encontra parada é a número 2 e
chama-se B2:
QMa = QMd
QM = m.v
No nosso caso de colisão entre duas bolinhas:
QMa = m1.v1a + m2.v2a
QMd = m1.v1d + m2.v2d
E assim temos uma equação detalhada:
m1.v1a + m2.v2a = m1.v1d
+ m2.v2d
Aplicação para todos os casos observados
Esta aplicação é essencial
para deixar claro que a equação acima é capaz de descrever
a realidade vivenciada pelos alunos durante a experimentação.
É um passo essencial para a consolidação do conhecimento
em construção neste momento. É a passagem da experiência
para a matematização da experiência.
As manipulações devem ser feitas com
bastante cuidado matemático, uma vez que (em geral) trata-se do
primeiro contato dos alunos com a manipulação de equações
físicas.
O objetivo principal é substituir valores
estimados para as massas e velocidades e verificar se a igualdade se mantém.
A manutenção desta igualdade implica na validação
experimental do Princípio da Conservação da Quantidade
de Movimento.
O professor escolhe arbitrariamente as situações
de tratamento mais simples para trabalhar em primeiro lugar. Ou seja: aquelas
de tratamento mais simples, que tiveram um desenrolar mais simples de ser
explicado.
Em algum momento, após o esgotamento de situações
onde pode-se manipular as equações usando somente de velocidades
positivas (ou seja, de mesmo sentido), passa-se a tratar de situações
onde é necessário introduzir o conceito (novo até
então) de velocidade negativa (ou seja, de sentido oposto àquele
da bolinha que se movimenta antes do choque).
Este momento ilustra à perfeição
o que penso da pré-definição de conceitos na Física:
é uma bobagem que só confunde o aluno, levando-o a pensar
que a Física é tão somente uma coleção
de coisas a serem decoradas. Assim, enquanto não for necessário
se estabelecer esta convenção sobre o sinal da velocidade,
ou seja, enquanto aparecem somente velocidades positivas, usa-se o que
todos os alunos já sabem neste momento de suas vidas sobre velocidade.
Até as unidades de velocidade o aluno já aprendeu no seu
cotidiano. No momento em que se introduz a velocidade negativa, é
que o aluno percebe que no seu cotidiano também havia, escondido,
esta noção. Veremos que a convenção poderia
ser outra qualquer para diferenciar as duas velocidades contrárias:
o uso do sinal negativo traz a grande vantagem que a manipulação
algébrica das equações será coerente com o
observado. Melhor comprovação de que matemática e
física prestam-se à descrição da nautreza,
ou seja, das coisas que estão ao nosso redor, não posso vislumbrar
para uma pessoa naquela idade.
Antes da primeira manipulação, faz-se
necessário estimar as massas das bolinhas e os valores aproximados
das velocidades que se observaram no experimento. Creio ser muito bom o
aluno mesmo fazer estas estimativas. Assim, para estimar a massa das bolinhas
de metal, fiz passar entre os alunos um conjunto de 10 delas. Chegou-se
a uma concordância que este conjunto deveria ter uma massa de 300g.
Isto resulta em um valor de 30g para a massa das esferas de metal. O mesmo
procedimento para as bolinhas de vidro levou a um resultado de 5g por bolinha.
Para estimar pelo menos a velocidade da bolinha que se movimentava antes
do choque, usamos uma das pistas que os alunos haviam montado com as réguas
e estimamos esta velocidade em 0,5 m/s. Como concordamos que alguns grupos
usavam de velocidades maiores, acertamos que uma velocidade de 1 m/s poderia
representar muito bem a velocidade da bolinha que se movimentava antes
do choque. As demais velocidades são estimadas através de
uma comparação com esta. Para medir o tempo do trajeto da
bolinha na pista de réguas, usamos o fato de que o som de "quinhentos
e um", falado de modo normal, tem aproximadamente a duração
de 1 segundo (aliás, um velho truque dos jogadores de basquete,
para estimar o tempo que podem ficar dentro do garrafão, é
contar os 3 segundos permitidos assim: "quinhentos e um, quinhentos e dois,
quinhentos e três").
Primeira situação: Observação 1.
Neste caso, m1=30g, m2=30g, v1a=1m/s,
v2a=0, v1d=0 e estima-se que v2d=v1a.
Assim:
QMa = m1.v1a + m2.v2a
= 30g.1m/s + 30g.0 = 30 gm/s
QMd = m1.v1d + m2.v2d
= 30g.0 + 30g.1m/s = 30 gm/s
Ou seja:
QMa = QMd
Como era de se esperar, a igualdade matemática
se mantém. Ou seja, QMa de fato se mantém igual
a QMd.
Neste mesmo tipo de situação cairá
a Observação 4, sendo que a diferença somente aparecerá
nos valores de QMa e QMd, pois as massas e velocidades
consideradas devem ser as das bolinhas de vidro.
Interpretação qualitativa: toda a
QM de B1 se transfere integralmente para B2.
Segunda situação: Observação 2.
Neste caso, m1=30g, m2=30g, v1a=1m/s,
v2a=0 e estima-se que v1d=0,2 m/s e v2d=0,8
m/s. Assim:
m1.v1a + m2.v2a = m1.v1d
+ m2.v2d
30g.1m/s + 30g.0 = 30g.0,2 m/s + 30g.0,8m/s
30 gm/s = 30g. (0,2+0,8)m/s
30 gm/s = 30g. 1m/s
30 gm/s = 30 gm/s
Pode-se argumentar com os alunos que as velocidades
estimadas após o choque apresentam valores muito convenientes, que
até parece uma conta de chegada. E na realidade é. A verdade
é que se não forem estes os valores reais, deve ser algo
parecido. A igualdade então não seria mantida (ela só
é mantida se (v1d+v2d= 1m/s). Isto
decorre de diversos fatores, inclusive o de não estarmos de fato
medindo as velocidades. Espera-se, que se ingressar na universidade, o
aluno realize medidas precisas (acho que é possível para
o aluno fazer um experimento quantitativamente mais satisfatório:
que tal propor esta tarefa como trabalho extra-classe a ser apresentado
à turma?). O que importa no momento é que pelo menos a equação
é coerente com o observado. Ou seja, não é contrariada.
E não é contrariada pois tudo o que sabemos nos leva a uma
conclusão absolutamente correta: seja quais forem as velocidades
após o choque, teremos do lado direito da equação
um valor positivo. Sendo que o lado esquerdo é positivo também.
Assim, vemos que a equação para este experimento decorrente
do Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento
se mostra coerente com os fatos observados. Só não sabemos
se ela é completamente obedecida em função do nosso
experimento não permitir a determinação precisa das
velocidades.
Neste mesmo tipo de situação, se enquadra
a Observação 5.
Interpretação qualitativa: a QM de
B1 reparte-se entre B1 e B2.
Situação 3. Observação 6. Neste caso,
m1=30g, m2=5g, v1a=1m/s, v2a=0,
v1d=0m/s e estima-se que v2d=2 m/s. Assim:
m1.v1a + m2.v2a = m1.v1d
+ m2.v2d
30g.1m/s + 5g.0 = 30g.0 + 5g.2m/s
30 gm/s = 10 gm/s
Problema: a igualdade não se manteve! O correto
é:
30 gm/s =/= 10 gm/s
("=/=" significa "diferente de")
Nota-se que a igualdade não se manteve. Mas
pelo menos os dois lados da equação são positivos.
E se erramos ao estimar a velocidade de B2? Pede-se ao grupo que relatou
a observação para que todos possamos acompanhar: verifica-se
que não seria uma má estimativa uma velocidade de 6 m/s.
Na realidade, B2 sai em tamanha disparada que fica realmente difícil
estimar sua velocidade. E então poderíamos perfeitamente
ter no lado direito da equação: 5g.6m/s=30gm/s. E a igualdade
seria mantida! Assim vemos que a coerência continua existindo para
a equação da conservação da quantidade de movimento
para o caso do nosso experimento.
Neste mesmo tipo de situação, se enquadra
a Observação 11, na qual somente ocorre uma inversão
das bolinhas.
Interpretação qualitativa: é
a mesma da Situação 1, só que neste caso B1 e B2 têm
massas diferentes. Então, como a QM se transfere integralmente de
B1 para B2, as velocidades das duas têm que ser diferentes de forma
a haver a compensação nos produtos.
==aqui
== mudar o modo de estudar a situações: devemo calcular
serpradamente qma e qmd e ver se elas são iguais ou não.
eventualmente usar qma para calcular algo de qmd.
depósito de texto:
Ocorreu também que esqueci que haviam dois tipos de bolinhas
de metal: um grupo de bolinhas maiores e outro de menores. Relato aqui
com intenção de mostrar que qualquer imprevisto pode ser
aproveitado e tratado pelo professor, com ganhos. Ainda acho melhor evitar
fatos deste tipo, pois ganha-se tempo com um experimento bem planejado.
NOTAS
1 Para o curso de Mecânica, acho que a abordagem do GREF
é muito boa. Por isto me baseio nela para fazer esta proposta. Ela
começa com o Princípio da Conservação da Quantidade
de Movimento e termina com a Cinemática. Primeiramente se fala somente
em "Conservação da Quantidade de Movimento". Depois, quando
se falar de rotações, renomeia-se o que se estudou até
então para "Conservação da Quantidade de Movimento
Linear" e inicia-se o estudo do tópico "Conservação
da Quantidade de Movimento Angular".
2 O ideal seria pelos menos quatro, duas das quais de mesma
massa, uma de massa bem maior e uma bem menor. Seria ótimo para
o aluno perceber de modo mais claro o efeito da massa na transferência
de movimento que ocorre no choque.
3 == a questão da introdução ou não
do conceito de velocidade
4 Há que se tomar cuidado com esta notação
para a divisão: o certo seria m-:-v e não m/v que é
o símbolo para uma fração. Usamos a barra ao invés
do símbolo -:- pois este fica feio grafado deste modo, que é
o único existente neste editor que estou usando neste momento. No
quadro use sempre a notação correta.
5 Este experimento é bastante simples e reflete a
minha opinião sobre experimentação em sala de aula
(mais detalhes em http://www.fc.unesp.br/experimentosdefisica). Para que
se observem as regularidades do fenômeno, as tarefas precisam ser
repetidas várias vezes, pois nem sempre as supostas mesmas condições
iniciais (que de fato não são as mesmas: sempre apresentam
variações).
6 == Comentar esta questão do diálogo: é
algo forçado? O professor vair dirigir os alunos como patinhos?
Lembrar da produtividade em termos de tempo poupado, do alto grau de envolvimento
em que o aluno se encontra, da sua vontade em participar, que algo parecido
é feito pelo LaPEF para o EF, etc.
7 Neste ponto procuro por uma boa idéia para fazer
a transição entre uma discussão de um fenômeno
e a sua expressão através de uma equação. Acho
que devem haver profundos signifcados atrás deste fato. Por enquanto
uso esta idéia de justificar a possibilidade de uma criação
de uma expressão matemática como sendo uma diferença
significativa da Física em relação a outras ciências
e que lhe confere um poderoso atributo: o de poder prever o comportamento
de sistemas sob o efeito de fenômenos ainda não acontecidos.
8 Eu também ficaria mais satisfeito com outro modo
de fazer isto; mas este método tem funcionado muito bem, com um
alto grau de satisfação dos alunos.
== na hora de introduzir a velocidade negativa, lembrar do exemplo da
estrada: o sinal estaria associado à direção da viagem.
melhorar isto.